Vício em celular e outros aparelhos já afeta saúde e relacionamento de idosos, adultos e crianças

23 de fev. 2025 17h23

Quando o programador Gabs Ferreira visita o pai no interior de São Paulo, ele quase sempre o encontra do mesmo jeito: com o celular nas mãos e o Reels do Instagram na tela.

No começo, Antônio, o pai de Gabs, recusava entrar em redes sociais, mas aderiu às plataformas influenciado pela família. Hoje, ele é um usuário ativo e entra todos os dias no Instagram e passa horas no YouTube.

O uso excessivo de celulares – e outros aparelhos – já motivou estudos ao redor do mundo. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) concluiu que esse tipo de dependência está ligado a uma piora na saúde mental em idosos, adultos e crianças. Um outro estudo realizado pela Nielsen, uma empresa americana de pesquisa de mercado e análise de dados, revelou que idosos nos EUA estão mais obcecados por telas do que os jovens e em consequência passam muitas horas por dia em frente a elas.

Na maioria das vezes os idosos que chegam ao IPq apresentam um quadro de isolamento social significativo antes mesmo da dependência, explica Rodrigo Machado, médico psiquiatra do IPq. “Aquele idoso que abusa da tecnologia, muitas vezes já tem sintomas depressivos”, diz. “A tecnologia vem para preencher esse buraco de uma vida que está mais esvaziada de atividades e de vínculos sociais”

E na prática, o que os idosos fazem no celular que os prende tanto? Games casuais e repetitivos, do estilo Candy Crush, são os mais viciantes porque têm um mecanismo de recompensa aleatória. Algo similar a um jogo de azar.

Muitos dos problemas que implicam na dependência em telas na verdade estão ligados ao que o usuário faz no aparelho, explica Aderbal de Castro Vieira Jr., médico responsável pelo setor de tratamento de dependências de comportamentos do Proad, da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp).

As informações são do Estadão

Compartilhe: Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no LinkedIn

Notícias Relacionadas