Doença de Parkinson pode não começar no cérebro, mostra estudo

30 de jun. 2025 15h03

A doença de Parkinson é tradicionalmente associada a danos neurológicos no cérebro, causados ​​por uma queda drástica na produção de dopamina, mas um novo estudo sugere que ela pode começar em uma parte inesperada do corpo: os rins. 

Liderado por uma equipe da Universidade de Wuhan, na China, o estudo se concentra principalmente na proteína alfa-sinucleína (α-Syn), intimamente associada ao Parkinson. Quando a produção desregulada cria aglomerados de proteínas malformadas, isso interfere na função cerebral. 

A principal descoberta da pesquisa, publicada na Nature Neuroscience, é que aglomerados de α-Syn podem se acumular nos rins, bem como no cérebro. Os pesquisadores acreditam que essas proteínas anormais podem, na verdade, viajar dos rins para o cérebro, possivelmente desempenhando um papel no desencadeamento da doença. 

“Demonstramos que o rim é um órgão periférico que serve como origem da α-Syn patológica”, escrevem os pesquisadores em seu artigo publicado. 

Os testes em animais corroboraram essas hipóteses. Camundongos com rins saudáveis ​​eliminaram os aglomerados de α-Syn injetados, mas em camundongos com rins que não estavam funcionando, as proteínas se acumularam e eventualmente se espalharam para o cérebro. Em testes posteriores, nos quais os nervos entre o cérebro e os rins foram cortados, essa disseminação não ocorreu. 

Este estudo apresenta algumas limitações. O número de pessoas das quais amostras de tecido foram coletadas foi relativamente pequeno e, embora camundongos representem substitutos adequados para humanos em pesquisas científicas, não há garantia de que exatamente os mesmos processos observados nos animais estejam ocorrendo em pessoas. 

No entanto, existem muitas descobertas interessantes aqui que podem ser exploradas mais a fundo, o que poderia eventualmente auxiliar no desenvolvimento de novos tratamentos para o Parkinson e outros distúrbios neurológicos relacionados.

Fonte: O Globo

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