Grávida denuncia negligência no atendimento da Humana Saúde e cobra estrutura adequada para gestantes em hospital privado de Natal

14 de maio. 2025 17h57

A gestante Carolina Alves, com 35 semanas de garvidez, denuncia a operadora de saúde Humana por sucessivos episódios de descaso e negligência durante atendimentos no Hospital do Coração, em Natal, unidade considerada referência em obstetrícia pela operadora.

Segundo o relato, o primeiro episódio ocorreu um dia após a inauguração, em uma noite chuvosa, quando a paciente procurou atendimento no pronto-socorro. Sem qualquer sinalização adequada, entrou pela porta principal e foi orientada pelo porteiro a contornar o hospital sob a chuva, mesmo após explicar que estava grávida e sem guarda-chuva. Ao ser atendida, descobriu que o hospital não possui sala de parto humanizado (PPP).

Semanas depois, no dia 02 de maio, ao retornar para aplicação de ferro endovenoso, a situação se agravou. A paciente relata ter aguardado em pé por mais de uma hora em um pronto-socorro lotado, em meio ao aumento de casos de COVID-19 e H1N1. Mesmo explicando que não precisava de triagem, e que sua ficha era apenas para medicação, foi ignorada por um funcionário da recepção, que afirmou haver pessoas “com mais dor”.

Em nova tentativa de atendimento, em 13 de maio, a gestante mais uma vez esperou em pé, e ao ser chamada, descobriu que não havia sequer uma poltrona disponível para receber a medicação. “Fui informada que a área reservada para gestantes estava ocupada até por homens adultos. Só consegui sentar porque uma pessoa cedeu o lugar por consideração ao peso da minha barriga”, desabafa.

Além disso, ela afirma nunca ter sido informada sobre os obstetras de plantão, e critica o fato de o hospital se recusar a agendar visitas à maternidade, desrespeitando a Lei nº 11.634/2007, que garante às gestantes o direito de conhecer e se vincular à unidade onde pretendem dar à luz.

“Me pergunto: o que configura uma maternidade no cenário da saúde privada em Natal hoje? Onde está o atendimento especializado às gestantes? Após tudo isso, sigo buscando formas de parir pelo SUS, em locais que, apesar de suas limitações, ao menos se esforçam para cumprir a lei e oferecer dignidade”, conclui a paciente.

O caso expõe fragilidades no atendimento obstétrico da rede privada e levanta questionamentos sobre a estrutura oferecida pela operadora Humana, especialmente no que diz respeito à saúde da mulher e ao respeito às gestantes.

Compartilhe: Compartilhar no WhatsApp Compartilhar no Facebook Compartilhar no Twitter Compartilhar no LinkedIn

Notícias Relacionadas