Confira a coluna de Heitor Gregório no AGORA RN nesta terça-feira (20):
O bairro da Ribeira, um dos mais antigos e simbólicos de Natal, continua sendo palco de debates e promessas sobre sua requalificação urbana. Semana passada, o Conselho Estadual de Cultura se reuniu com a Prefeitura, representada pela vice-prefeita Joanna Guerra, para debater o assunto. Com construções centenárias e um potencial turístico evidente, a região acumula décadas de planos que, em grande parte, não saíram do papel, e por isso, muitos já duvidam que a sonhada revitalização aconteça de fato.
A Ribeira já foi o coração político, econômico e cultural da capital potiguar. E há pelo menos três décadas é também o alvo de promessas que não se cumprem. A cada nova gestão, lá vem um novo plano, um novo projeto, uma nova maquete. Alguns começam, poucos avançam e nenhum conclui de fato.
O problema não está na falta de obras. Está na ausência de continuidade. Projetos são lançados com alarde e esquecidos na primeira troca de secretariado. Falta uma política pública consistente, que ultrapasse o calendário de início de gestão e trate a Ribeira como patrimônio vivo.
Ainda há tempo e razões para insistir. A Ribeira tem potencial, tem história, tem estrutura e tem alma. Precisa ser uma política de todos. Precisa sair do papel e chegar ao chão, às praças, aos casarões, às pessoas. Caso contrário, continuaremos olhando com o mesmo sentimento de hoje: o de que ele, o bairro, merece muito mais.