Lula na ONU: “Nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis”

23 de set. 2025 15h07

Ao dirigir-se a líderes de todo o planeta nesta terça-feira, 23 de setembro, na abertura da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou que a soberania do Brasil é inegociável. O líder brasileiro posicionou-se na defesa dos valores democráticos, da importância do multilateralismo, dos preceitos que regem o desenvolvimento sustentável e do combate à mudança do clima. E destacou a necessidade de o mundo se unir em prol da paz e do combate à pobreza.

Ao lembrar que neste ano o Brasil voltou a sair do Mapa da Fome, Lula pontuou que muitas nações ainda padecem deste mal. “No mundo, há 670 milhões de pessoas famintas. A única guerra de que todos podem sair vencedores é a que travamos contra a fome e a pobreza. Esse é o objetivo da Aliança Global que lançamos no G20, que já conta com o apoio de 103 países”.

Lula alertou que a pobreza é também campo fértil para os que tentam solapar valores democráticos. “Seu vigor pressupõe a redução de desigualdades e a garantia dos direitos mais elementares: a alimentação, a segurança, o trabalho, a moradia, a educação e a saúde. A democracia falha quando mulheres ganham menos que os homens ou morrem pelas mãos de parceiros. Perde quando fecha portas e culpa migrantes pelas mazelas do mundo. A pobreza é tão inimiga da democracia quanto o extremismo”, alegou o líder brasileiro.

Lula exaltou também o funcionamento das instituições brasileiras, que foram capazes de atuar com de forma independente no julgamento dos que atentaram contra o Estado de direito. “Diante dos olhos do mundo, o Brasil deu um recado a todos os candidatos a autocratas e àqueles que os apoiam: nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis. Seguiremos como nação independente e como povo livre de qualquer tipo de tutela”, afirmou Lula.

GAZA – O presidente também tratou dos conflitos em curso em Gaza: “O povo palestino corre o risco de desaparecer. Só sobreviverá com um Estado independente e integrado à comunidade internacional. Esta é a solução defendida por mais de 150 membros da ONU, reafirmada ontem (22/9), aqui neste mesmo plenário, mas obstruída por um único veto. Esse massacre não aconteceria sem a cumplicidade dos que poderiam evitá-lo”. Lula ainda criticou o fato de o presidente do Estado da Palestina não ter sido autorizado a participar do evento na ONU. “É lamentável que o presidente Mahmoud Abbas tenha sido impedido pelo país anfitrião de ocupar a bancada da Palestina nesse momento histórico”.

Lula na ONU – Foto: Ricardo Stuckert / PR

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