Relator no TCE vota pela suspensão da terceirização das UPAs de Natal

5 de set. 2025 16h39

O conselheiro relator do processo que corre no Tribuna de Contas do Rio Grande do Norte, sobre a terceirização da gestão das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Natal, determinou a suspensão dos contratos com as Organizações Sociais de Saúde (OSS).

A posição do relator confirma os argumentos da deputada federal Natália Bonavides e do vereador Daniel Valença, contidos na ação popular impetrada pelos dois na Justiça.

A ação dos parlamentares, movida em julho, questiona a legalidade e a economicidade dos chamamentos públicos que preveem repassar a gestão de todas as UPAs da capital potiguar para as OSS.

O voto do relator do TCE foi publicado na manhã desta sexta-feira (5) e os demais conselheiros que compõem a Primeira Câmara devem agora se posicionar.

O conselheiro relator aponta que os chamados “Estudos Técnicos Preliminares” que fundamentam a medida contêm generalidades, sem apresentar dados concretos que demonstrem vantagem econômica ou melhora na qualidade do serviço.

Entre as falhas apontadas, estão a ausência de memória de cálculo e de comparativos com a gestão pública direta; “Estudos Técnicos Preliminares” (ETPs) não apresentam qualquer planilha de custos ou metodologia que comprove vantagem financeira; não há dados comparando indicadores atuais (tempo de espera, taxa de resolutividade, custo por atendimento) com projeções para o modelo terceirizado.

Alem disso, as justificativas se baseiam em afirmações genéricas, sem comprovação prática. O modelo de repasse incompatível com a legislação financeira e a previsão de pagamento de 80% fixo + 20% variável contraria o art. 12, §1º, da Lei nº 9.637/1998, por não vincular o desembolso à estrutura real de custos.

Suspensão imediata

Um parecer técnico do próprio TCE publicado no mês passado já recomendava a suspensão imediata dos editais até o julgamento final, reforçando o argumento central dos parlamentares petistas: sem transparência, sem estudo sério de vantagem econômico-operacional e sem participação do Conselho Municipal de Saúde, a medida abre caminho para prejuízos vultosos ao erário e piora no atendimento à população.

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