Samanda denuncia colapso no atendimento em saúde mental em Natal

30 de abr. 2025 14h15

A vereadora Samanda Alves (PT) classificou a manhã desta quarta-feira (30) como uma das mais difíceis de sua trajetória parlamentar. Em visitas ao CAPS II e ao CAPS Infantil, em Natal, a parlamentar ouviu relatos impactantes que escancaram o colapso da rede de saúde mental do município — uma crise que tem colocado em risco a vida de pacientes e de suas famílias.

Durante pronunciamento na Câmara Municipal, Samanda compartilhou histórias de dor e desespero de quem enfrenta a ausência de profissionais e de estrutura básica nos Centros de Atenção Psicossocial. “Se não fosse a vizinha, eu teria matado o meu marido”, contou, chorando, uma mulher que precisou ser contida durante uma crise psicótica. Outra senhora relatou ter trancado o esposo dentro de casa por falta de medicação e atendimento. Os braços machucados eram prova das tentativas de ser contida em surtos violentos.

O desabafo de uma usuária, que dá título à denúncia, foi um dos mais marcantes: “Não tem mais o que quebrar dentro de casa.” Ela relatou que, quando o serviço funcionava, conseguia manter uma vida estável, circular em espaços públicos e viver com autonomia. Hoje, sem assistência, vive à beira do colapso.

Samanda destacou que seu objetivo não é buscar culpados, mas sim soluções. Em seu apelo, pediu a atuação conjunta da Câmara, da Prefeitura, do Gabinete Civil e da Secretaria Municipal de Saúde para a criação urgente de uma força-tarefa. “São mais de 1.200 pacientes no CAPS II. Não é mais possível fechar os olhos. Saúde mental precisa ser tratada como prioridade.”

A situação do CAPS II exemplifica o abandono da política de saúde mental em Natal. Até dezembro, o centro contava com quatro médicos. Hoje, resta apenas uma médica, que atende dois dias por semana cerca de 400 pessoas. A equipe multidisciplinar também foi reduzida: arte-educadores, terapeutas ocupacionais, psicólogos e outros profissionais foram desligados, comprometendo o atendimento integral.

“O que está acontecendo em Natal é grave. Estamos diante de uma tragédia silenciosa que precisa ser enfrentada com a seriedade e a urgência que o tema exige”, concluiu a vereadora.

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